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Éliphas Lévi |
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"Aliás, uma das condições essenciais da adivinhação é nunca ser forçada e nunca se submeter à tentação, isto é, à prova. Nunca os mestres da ciência cederam à curiosidade de ninguém. As sibilas queimam seus livros quando Tarquínio recusa apreciá-las no seu justo valor; o grande Mestre cala-se quando lhe pedem sinais da sua missão divina; Agrippa morre de miséria antes de obedecer aos que exigem dele um horóscopo. Dar prova da ciência aos que duvidam da própria ciência é iniciar indignos, é profanar o ouro do santuário, é merecer a excomunhão dos sábios e a morte dos reveladores.
"Aliás, uma das condições essenciais da adivinhação é nunca ser forçada e nunca se submeter à tentação, isto é, à prova. Nunca os mestres da ciência cederam à curiosidade de ninguém. As sibilas queimam seus livros quando Tarquínio recusa apreciá-las no seu justo valor; o grande Mestre cala-se quando lhe pedem sinais da sua missão divina; Agrippa morre de miséria antes de obedecer aos que exigem dele um horóscopo. Dar prova da ciência aos que duvidam da própria ciência é iniciar indignos, é profanar o ouro do santuário, é merecer a excomunhão dos sábios e a morte dos reveladores.
A essência da adivinhação, isto é, o grande Arcano Mágico, é figurado por todos os símbolos da
ciência, e se liga estreitamente com o dogma único e primitivo de Hermes. Em filosofia, dá a
certeza absoluta; em religião, o segredo universal da fé; em física, a composição, a decomposição, a
recomposição, a realização e a adaptação do mercúrio filosofal, chamado azoth pelos alquimistas;
em dinâmica, multiplica as nossas forças pelas do movimento perpétuo; é, ao mesmo tempo,
místico, metafísico e material, com correspondência de efeitos nos três mundos; obtém caridade em
Deus, verdade em ciência e ouro em riqueza, porque a transmutação metálica é, ao mesmo tempo,
uma alegoria e uma realidade, como muito bem sabem todos os adeptos da verdadeira ciência.
(...)
A adivinhação é, pois, uma intuição, e a chave desta intuição é o dogma universal e mágico das
analogias. É pelas analogias que o mago interpreta os sonhos, como vemos na Bíblia, que o
patriarca José o fazia outrora no Egito: porque as analogias nos reflexos da luz astral são rigorosas
como os matizes das cores na luz solar, e podem ser calculadas e explicadas com grande exatidão. É
somente indispensável conhecer o grau de vida intelectual do sonhador, e pode-se revelá-lo
inteiramente a si mesmo pelos seus próprios sonhos até deixá-lo profundamente admirado".
Éliphas Lévi em Dogma e Ritual da Alta Magia
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