Hierofania: vem de duas palavras gregas: “hierós” (santo, sagrado) e “fanein” (manifestar). Ou seja, significa toda e qualquer manifestação do Sagrado.
Mircea Eliade (1907-1986), professor, historiador das religiões, mitólogo, filósofo e autor da obra "O Sagrado e o Profano", entre outras, acredita que o homem obtém seu conhecimento do sagrado porque este se manifesta como algo totalmente diferente do profano. Então, tende a tornar algo simples, profano, em sagrado.
Ele chama isso de hierofani, palavra grega que significa, como já vimos, "algo sagrado está se revelando para nós" e não importa se o sagrado se manifesta numa pedra, numa árvore ou em Jesus Cristo.
Eliade diz que, alguém que adora uma pedra não está prestando homenagem à pedra em si. Venera a pedra porque esta é um hierofani, ou seja, ela aponta o caminho para algo que é mais do que uma simples pedra: é o "sagrado".
Alguns dos principais elementos hierofânicos são:
CÉU: Símbolo da transcendência. “Onde está o céu ali também está Deus”, dizem os Africanos da tribo Ewe. Está presente na oração do Pai Nosso, Ascensão de Jesus, Sonho de Jacó.
SOL: Símbolo da Soberania. Sol é o astro rei. Cultuado no Império Inca.
LUA: Símbolo dos ritmos da vida. A menstruação segue ciclo de 28 dias como a lua. As marés reagem conforme as fases lunares.
TERRA: Símbolo da Maternidade. Deusa Gaia na Grécia Antiga. O homem primitivo se considerava filho da terra.
ÁGUAS: Ponto de origem da criação. O caos primordial. Gn 1.1-10.
PLANTAS: Símbolo da renovação. As sementes morrem para uma nova vida; morte e ressurreição. Na Bíblia aparece uma planta especial: a Arvore da Vida”. Também Cristo se identifica com uma árvore: a Videira (Jo 15.1).
PEDRAS: Símbolo da Estabilidade. Sinais de uma Potência Superior. Marcas de um Lugar Sagrado.
Fontes de pesquisa:
* O Sagrado e o Profano, de Mircea Eliade
* Introdução à Fenomenologia Religiosa, de Waldomiro Piazza
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